O Sonho da Folha
O SONHO DA FOLHA
Naquela folhinha seca
que o vento passou e levou,
havia sonhos depositados,
que o tempo não concretizou.
Enquanto verde e airosa,
vivia longe do chão;
o sopro forte dos ventos
não a incomodavam, então.
Frágil, uma simples brisa de outono
levou-a para um lugar ermo qualquer;
não lhe condoeu sua fraqueza;
os apelos, nem um pouco, sequer.
Naquele galho onde estava,
antes de se perder no ar,
ficou nele seu melhor sonho,
ainda por se concretizar.
A esperança depositada
na folhinha que foi embora,
não vá a vida mudar-lhe a sorte
nem a transformar em quimera, ora.
Decerto, o vento que a levou
não a trará de volta, jamais;
mas a natureza, como é justa,
ao que promete não volta atrás.
O sonho que estava na folha
que a brisa do outono carregou,
e que não chegou a ser realidade,
foi, outrora, a fantasia da flor.
A folha se foi para sempre,
deixando em seu lugar uma certeza:
logo ali haverá um lindo fruto:
realização de seu sonho e da natureza.
Autor:Antônio Francisco Sousa
Teresina/PI